Exames para detectar câncer de ovário precocemente podem reduzir mortalidade

O câncer de ovário, por ser assintomático e não ter um método específico de rastreamento do tumor de forma rotineira e atingindo grandes populações, acaba por ter alto índice de óbito, pois a descoberta em estágio avançado da doença reduz a chance de sobrevida. Apensa 25% dos casos são detectados no estágio inicial.

Porém, a partir da pesquisa realizada pela University College London e outras instituições de saúde, este quadro pode mudar. O estudo buscou uma nova maneira de realização periódica de exames que tornasse o diagnóstico mais eficiente, criando a possibilidade de reduzir a mortalidade por casos de câncer de ovário.

Para isso, a pesquisa UK Collaborative Trial of Ovarian Cancer Screening (UKCTOCS) definiu que os exames de ultrassom e do CA 125 (tipo de marcador tumoral, teste que procura determinada substância no sangue ou em outra parte do corpo) seriam os norteadores do estudo.

Foram selcionadas 200 mil mulheres que já tinham passado pela menopausa, com idades entre 50 e 74 anos, em 13 centros de tratamento da Inglaterra, da Irlanda do Norte e do País de Gales. As participantes foram divididas de acordo com os exames propostos e um grupo sem nenhum exame de rastreamento.
• Método MMS (multimodal screening), cujo rastreamento ocorre pelo teste do marcador tumoral CA125, coletado em amostra de sangue – participação de 25% das mulheres.
• Procedimento USS (ultrasound screening), com a realização anual do ultrassom – participação de 25% das mulheres.
• Nenhum exame de rastreamento, como ocorre atualmente - 50% restantes.
De acordo com os resultados, que não contabilizaram mulheres com alto risco de desenvolver câncer de ovário, houve redução da mortalidade em cerca de 15% entre as rastreadas pelo método MMS - teste do marcador tumoral CA 125 - em relação às que não realizaram triagem. Além disso, entre os casos acompanhados pelo método MMS, apresentou uma taxa de estadiamento (estágio) I e II de 48%, bem acima dos 25% das pesquisas anteriores.

O UKCTOCS modificou a metodologia do CA 125, estabelecendo um número de corte de acordo com a idade da mulher, ao invés de aceitar resultados até 35 U/mL da substância, considerados normais. Assim, com algumas reduções no valor, com as novas determinações, aumentaram a quantidade de indicadas para novos exames. No exame MMS, após repetir o CA 125 em pouco tempo e observar um aumento, realiza-se o ultrassom. Se neste novo exame aparecer alguma anormalidade, a paciente é encaminhada para cirurgia.
Embora ainda não se saiba qual o custo-benefício deste procedimento, descobrir maior percentual da doença nos estágios I e II da doença impacta diretamente na redução da mortalidade.

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