Patologista é um importante aliado na prevenção do câncer de colo uterino

O câncer de colo uterino é prevalente na população feminina, mas a boa notícia é que as chances de cura são enormes quando os cuidados preventivos são seguidos à risca. Sim, estamos falando do famoso Papanicolau, também chamado de exame citopatológico do colo uterino. 

 

O teste foi criado por George Papanicolaou, médico norte-americano que difundiu a técnica em 1943: na época, ele desenvolveu uma “receita” para coloração das células coletadas, que é usada no mundo todo até hoje. Quando rastreado em estágios iniciais, a cura é de quase 100% em todos os casos. O grande desafio é ampliar cada vez mais o número de mulheres rastreadas. No Brasil, são realizados cerca de 6 milhões de exames citopatológicos ao ano, quantidade ínfima quando comparada ao número de mulheres em idade reprodutiva no país, que chega a 50 milhões. 

 

O exame de Papanicolau é feito por meio da coleta de secreção cérvico-vacinal com células da mucosa do colo uterino e da vagina, com uma pequena espátula ou escova. Esse material é colocado em uma lâmina de vidro, imediatamente fixada em álcool e encaminhada para análise microscópica no laboratório de patologia. Ainda há mulheres que desconhecem a importância da prevenção, o que torna essencial difundi-lo à população. 

 

Nas últimas décadas, também houve melhoramentos no teste: foi desenvolvido, por exemplo, um método chamado de exame citopatológico em meio líquido, no qual a secreção é coletada com uma escova especial, colocada dentro de um frasco contendo líquido preservante. O frasco é, então, encaminhado ao laboratório, que irá realizar a preparação do material e a análise microscópica do mesmo. A citologia em meio líquido se revelou mais eficiente porque preserva um maior número de células, o que torna a detecção de lesões precursoras do câncer ainda mais eficaz. 

 

Com os métodos de biologia molecular, acrescentou-se a determinação da presença de DNA-HPV nas amostras coletadas do colo do útero. Aliando este exame à análise de citopatologia convencional ou em meio líquido, torna-se ainda mais eficiente realizar a detecção precoce. Essa é a associação que apresenta o melhor índice de resultados no rastreio do câncer e das lesões precursoras. 

 

O exame citopatológico deve ser realizado anualmente, a partir dos 25 anos, ou 3 anos após dois testes negativos consecutivos. Há, também, a vacina do HPV para prevenir o câncer de colo uterino, aplicada em meninas e meninos dos 9 aos 14 anos de idade, fase em que o sistema imunológico produz maior quantidade de anticorpos e disponível gratuitamente no sistema público de saúde. 

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